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Vítimas e vitimistas

O Brasil sempre foi diversidade. Política não deveria ser palco de promoção pessoal. É bom ter diversidade política para representar a pluralidade desta nação. 

Não conheço o político Tomé Abduch que postou nas suas redes a diferença entre ser vítima e vitimismo. Corajosamente relatou que foi vítima de abuso sexual na infância e como resolveu superar tudo isso, ajudando as pessoas a sair desta situação do vitimismo. Mas é um exemplo do que mais admiro: a dor que você viveu não te transforma numa vítima. Ser resiliente não é ter que aguentar tudo. Ser Adulto é transformar a dor que passou em motivo de crescimento pessoal e forma de alertar e ajudar os outros. 

Discursos de ódio, de desprezo e rejeição destroem as pessoas. Usar de poderes e aliados políticos para destruir quem pensa diferente é psicopatia. 

Perder e ganhar, seja uma discussão ou uma disputa, são meios de exercer a dignidade. 

Não importa o resultado, se os meios forem destrutivos. Os fins nunca justificam os meios. 

Se para ganhar ou permanecer vitorioso usa-se meios ilícitos, não há honra na vitória. 

Aquilo que fazemos, retorna para nós, dado que é aquilo que somos. Se vivemos numa bolha cercados de pessoas terríveis, não é que nos tornamos como elas, nós já somos exatamente como elas. Olhar para fora da bolha, desistir deste lugar comum para nós exige muita coragem. Essa é a jornada do herói. Sair do lugar comum e ir para o extraordinário. 

O maior inimigo de quem age sem escrúpulos é ele mesmo. E cedo ou tarde, estas pessoas se auto destroem. 

Há psicopatas tão hábeis e perigosos que realmente é impossível pega-los. Se cercam de fiéis escudeiros, hipnotizados ou deslumbrados com migalhas do que jamais teriam por mérito próprio. 

Como um ladrão que rouba uma tv que um trabalhador deu duro para comprar. Ele a vende nas bocas por drogas que o destruirão por um ínfimo valor. Aquilo nada lhe custou e muito o prejudicará. 

Ter valores morais numa sociedade hipócrita ou injusta não é pelo outro, é por si mesmo. 

Para não se perder do caminho que o leva para um bem maior. 

É necessário ter empatia com a dor do outro. Ouvi-lo. Compreender. Perguntar se e que tipo de ajuda aquela pessoa precisa. Ver como fazer para ajudar. Mas, no momento em que o outro usa daquela dor para ataca-lo, a postura correta é sair imediatamente dali. Não se trata de um animal ferido que você pode conter para tirar um espinho da pata. Trata-se de uma pessoa perigosa. Feroz. E que não quer ajuda, mas vingança. 

O homem sábio sabe como e se deve ajudar as vítimas reais, não se ilude com os vitimistas, nem com os que se dizem superiores. 

Há muito a aprender neste país e neste mundo ainda. Todos que aqui estamos somos semelhantes, se não estaríamos em dimensões mais elevadas. Precisamos desenvolver a tolerância para com todos, mesmo com o ladrão da tv do exemplo acima, mas acima de tudo, não ser ele. E não querer ajudar quem sequer consegue ver ou ouvir sobre condutas sociais e morais que incluem a todos. 

Nestes momentos difíceis, o melhor é esperar, seguir com a fé e os pés fincados no Sagrado da vida. Trabalhar mais ainda sobre si mesmo. Não cair na indignação, na fúria ou no medo se roubarem sua tv. 

Ter ouvidos e olhos de ver para entender metáforas. 

A história de Jesus mostra que ele falava por parábolas. Ele não foi morto apenas pelo que falava porque poucos entendiam. Ele foi morto pelo que era. Humilhado para que servisse de exemplo e intimidação. Mas até o último momento foi um exemplo de dignidade, jamais de vitimismo.

A força dele vinha de sua fé no Sagrado. De não se desviar do caminho de sua alma. Do não-ódio. 

Hoje usa-se as palavras bem e amor de forma deturpada. 

A melhor forma de passar uma mentira adiante é enfeita-la com uma pitada de verdade. Mais ainda precisa-se estar atento mais ao conteúdo do que a forma. 

Falar em Cristo não o transforma em um cristão. Falar em amor, não o transforma em alguém do bem. 

São os atos que revelam quem somos. 

Hoje e sempre é o momento da aceitação, da paciência, da fé, da coragem e da dignidade. Mas também da prudência. Muita prudência. 

Lembro sempre de um orador que começava sua palestra dizendo: Que todos aqueles que não tenham vindo com a intenção de aprender e crescer, que passem e sigam.

Toda vez que vejo uma pessoa hipnotizada por suas crenças radicais, incapazes de ver e ouvir além de si mesma, internamente digo: Passe e siga! 

É um bom e poderoso mantra.

(Silvana Garcia)

Silvana Garcia

Silvana Garcia

Silvana Garcia é uma das fundadoras e administradora da Essencial terapias. É psicóloga com mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos, especialização em Logoterapia e Análise Transacional, Maestria em novas constelações familiares.

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