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Vamos pensar juntos sobre isso

A revanche e o confronto tiram nossa força. Ainda que conseguimos sair vitoriosos da batalha, seremos fracassados na vida porque gastamos nossa energia com o outro.

Quanto mais tentamos excluir alguém, mais força damos a ele.

Quanto mais nos opomos a algo ou alguém, mais olhamos para isso e buscamos pessoas solidárias a nós para reforçar que estamos certos. O que já mostra que não estamos tão seguros assim. Quem está seguro não precisa de apoio.

Justamente quem ataca deveria ser a primeira pessoa a trazer sugestões. Depois dar um tempo para o outro pensar. Não forçar. Trazer argumentos. Ouvir o argumento do outro. Não ficar irredutível. Na história do outro tem sempre um motivo lógico para ele ter aquela opinião.

Largar o cabo de força faz com que o outro que insiste em se opor caia sentado. Portanto a melhor estratégia quando alguém te confronta é ignorar. Ou olhar de frente e dizer: “Respeito sua opinião. Deixo-a com você. Não me pertence, nem me toca.”

A responsabilidade por nossa própria vida e a aceitação de nossos erros e acertos nos dá força. Saímos vitoriosos sempre que usamos toda nossa energia para nós. O outro é apenas o outro, não nosso foco.

Saímos vitoriosos sempre que nos movemos por nós, não pelo outro.

Todo movimento que divide, que exclui, que se diz contra a violência é por si mesmo violento.

Dá força para a violência, não à paz e não permite o crescimento por meio da ampliação de ideias.

Quando alguém se opor a algo que pense, primeiro pergunte o que a leva a pensar assim. Depois pergunte: “Você quer ouvir o que sinto sobre isso?” Diga as “vantagens” do que acredita sem desqualificar a opinião do outro. Deixe ele pensar e, por sua vez, também pense sobre o que ele trouxe.

Fale sobre sua experiência e sentimento real, não sobre o que pensa. Pensamentos que não são baseados em experiências próprias são crenças, logo passíveis de falhas.

O que não funciona: mal escutar ou só escutar para rebater, impor, dizer que sua opinião é baseada em ciência ou Deus. O que fixa no nosso cérebro é a experiência, não o que alguém provou. Toda teoria tem uma contra teoria e nenhuma é capaz de contemplar todas variáveis. Tem sempre exceções. Logo não existem provas cabais de nada. Acreditamos no que vivenciamos e cada um tem suas próprias vivências.

Só podemos começar uma frase para defender o que pensamos com: ” a minha experiência neste assunto é…”.

Nunca: ” eu acho que…” ou: “Deus ou a ciência já provou que…”.

Quando você diz: “vamos pensar juntos sobre isso” sem querer mudar a cabeça do outro, aberto às experiências que o fizeram acreditar naquilo e ouvindo com o coração aberto as experiências do outro, o resultado disso é sempre deixar uma semente boa ali e levar uma com você. Saem ambos enriquecidos, não um certo, o outro errado.

(Silvana Garcia)

Silvana Garcia

Silvana Garcia

Silvana Garcia é uma das fundadoras e administradora da Essencial terapias. É psicóloga com mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos, especialização em Logoterapia e Análise Transacional, Maestria em novas constelações familiares.

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