O pensamento sistêmico não divide, não prega o ódio, nem a submissão. Compreende que vítimas e perpetradores se buscam a fim de alguma reconciliação de algo que no passado ainda não foi possível.
A humanidade, em sua grande maioria, ainda vive a Lei de Talião. Como se pudéssemos repetindo o dano, compensar uma dor ou perda.
No Brasil, vivemos querendo um líder que volte ou venha aquele que vai destronar o anterior, como uma eterna vingança. Queremos compensar as vítimas de outrora, favorecendo seus descendentes. Nem ódio. Nem pena. O que ajuda é olhar para além. Respeitar o que se tem hoje.
Nosso poder executivo honra o governo anterior, dado que só um foi indicado pelo governo atual. Quase todos foram eleitos pelos que se foram. Na Câmara, 5% dos deputados foram eleitos pelo povo. Mais de 500 por acomodações políticas. Tudo precisa ser mudado e melhorado. Ao invés de olharmos para frente, para o povo unido para um país que é tão beneficiado na sua natureza, seguimos brigando por partidos, políticos, ideologias ultrapassadas que não importam quais.
Torcemos como partida de futebol com rivalidades infantis.
Quando vejo alguém dizendo “Fora fulano”, imagino essa pessoa abraçando justamente o tal fulano. Porque certamente trata-se de um ódio do seu passado. Se a pessoa estivesse no presente, no seu adulto, ela trabalharia junto por mudanças. Nunca contra. E àqueles que já se foram, basta dizer: “Muito obrigada. Vocês fizeram o que puderam. Agora, seguimos fazendo cada vez o melhor que pudermos.”
Não ficamos querendo o passado de volta, nem glorificando o atual. Miramos o futuro. Agradecemos o passado e nos unimos no presente com amor ao país e por mais igualdade social com base em uma educação para o cooperativismo entre todos, cada qual com seus talentos a serviço do Todo.
(Silvana Garcia)