Devemos agradecer os difíceis, pois são eles que nos empurram para o mais e a busca do melhor em nós e para nós.
Então nunca entre no: Fora fulano! Deixe o fulano lá onde ele está e fazendo da vida dele a dificuldade que ele já é. Ele arrasta muitos com ele, os que ressonam com ele. É bom também, porque você vai vendo o quanto se enganava sobre a ética das pessoas.
Uma boa definição de ética é: aquilo que é bom ou não. Diferente de moral que julga o que é certo ou errado. E isso depende de um contexto histórico e cultural. Ética não. Ou tem ou não. Ou você escolhe o que é bom pra você e que não prejudica o coletivo, ou não.
E quando o fulano está arrasando com tudo e todos, deixe também. Não interfira. É o momento em que se testa sua fé e sua coragem. Não hesite, uma porta se abre só nestes momentos. Uma porta que jamais teríamos força para abrir por nós.
Para isso servem os difíceis, as doenças, as perdas, as injustiças. Há portas que só eles mostram. Mas quem as abre não são eles, nem você. É a força da fé das pessoas de bem. Elas se reconhecem, se unem e movem montanhas sem usar a força. Usam a sabedoria.
O destino coletivo da humanidade nunca esteve nas mãos de nenhum “poderoso” daqui, mas de Algo maior. E o futuro está nas mãos dos que estão chegando. São os justos e mansos que herdarão a terra.
O único livro que lia para meus filhos quando bem pequenos era O livro das virtudes. Lia várias vezes até os 4, 5 anos deles. Por que? Porque eu acreditava que eles eram especiais, muito melhores que os mais velhos. Talvez toda criança nascia com essa pureza, a diferença é que chegamos numa geração que notou e investiu nisso.
Não é ideologia nenhuma que mudará o mundo. Sempre haverá os mais ricos. E neles está o poder de investir no cuidado e educação dos menos favorecidos até a balança equilibrar. Não nos poderosos que se corrompem. Dinheiro é uma benção para cuidar e educar. Deveria estar nas mãos de pessoas virtuosas. Que esse seja o futuro da humanidade. Se não acreditamos nisso, desistiríamos facilmente.
Reguemos as virtudes das crianças que a terra delas é fértil. Assim, os difíceis serão cada vez mais raros.
(Silvana Garcia)