Numa constelação, quando dizemos: “Te dou um lugar no meu coração”, esta é a imagem disso. Queremos dizer:
“Te abro a porta do meu coração para que faça a travessia do passado para outras dimensões. Meu coração não é casa. É passagem. Todos seguem através do portal deste chakra. Como uma mãe que gera e libera. Te amo, mas te deixo ir. Ninguém mora em mim. Todos passam por mim e levam um pouco do meu perfume.”
Somos filhos do amor e perfeição da Fonte Divina. Quando reconhecermos isso em nós e no outro, viveremos em harmonia, pois cada qual saberá seu lugar, seu tempo e função em cada lugar e a hora que passará para as outras dimensões porque infinitas são as moradas, mas todas são a casa do PAI. E lá a MÃE nos aguarda com carinho. Somos pequenos experienciando ser grandes, exercendo nosso pequeno livre arbítrio neste jardim da infância que é este planeta. Ou melhor, dizem que estamos ingressando no Ensino médio. Creio que sim. Mais testes e exigências. Os truculentos seguem nos ameaçando, mas já sabemos nos defender melhor. Que estudemos muito porque temos chance de passar no vestibular, aquela porta estreita aos que se dedicam todo dia a ser um humano melhor. A amar e se permitir ser amado, com todas nossas imperfeições, mas cada vez mais conscientes delas.
Diz Bert Hellinger que observou e descreveu o fenômeno da constelação por décadas em dezenas de países com milhares de pessoas:
“Ao incluir e concordar com o que é tal como é, tal como foi, então eu cresço, e posso tomar o meu lugar.
Podemos sentir em nossas próprias almas quando concordamos com tudo da maneira que é, e como isso atua em nós mesmos, nos nossos pais, na nossa família.
Também aqueles que menosprezamos, colocamos em nossa alma – e crescemos.
Isso vai além da nossa própria família. Às vezes eu me zango com alguém – com razão, quando faço isso – mas então percebo que fico limitado.
Então, não me resta nada a fazer a não ser dizer:
“Sim, eu respeito você como uma pessoa de mesmo valor e à sua maneira especial, não apenas boa, mas também importante pra mim.”
Esse é na verdade o princípio da Paz, que reconheçamos o que rejeitamos sem querer mudá-lo e concordemos que tem o mesmo direito que todos os outros.
Então chega a paz.
Tenho um amigo que disse belas frases sobre a igualdade entre os seres humanos. Ele disse:
“Meu pai celestial deixa o sol brilhar sobre os bons e os maus e deixa a chuva cair igualmente sobre os justos e os injustos”.
Aí não existem diferenças. Se sinto empatia posso crescer. No final posso dizer a qualquer pessoa, seja como ela for:
“Eu reconheço que você é, perante algo maior, igual a mim. Eu reconheço que todos os outros são, perante algo maior, iguais a mim.”
Isso seria a paz.
Essa é a postura que nos possibilita fazer este trabalho. Por um lado sem preferências por algo, sem aversão por algo, sem emoção contudo; com esse amor em um nível maior”.
(Silvana Garcia)