Ontem compartilhei uma história que falava da resistência dos dinamarqueses na segunda guerra. Aí alguém postou que era falsa. Vi que estava com uma tarja sobre a postagem que “checadores do facebook” diziam que era falsa mesmo.
Fui pesquisar na Internet e vi que basta uma pessoa denunciar e estes “checadores baseados em leis que violam os direitos da comunidade” podem tirar a notícia e inclusive, caso a pessoa repita, ter sua conta excluída.
Fiquei espantada com isso. Com essa forma de denúncia e controle.
Muitas pessoas passaram por isso. Uma vez alguém me falou de uma imagem numa postagem minha que estava equivocada. Não a notícia em si. Retirei, sem nem checar. Acreditei na pessoa.
Dessa vez, fui pesquisar a tal notícia e dizia que a imagem do tal rei dinamarquês apoiando a resistência era de outro evento. Porém outras notícias diziam que o rei realmente nunca apoiou a perseguição aos judeus. Inclusive achei até histórias mais bonitas ainda, como essa que posto abaixo sobre a forma como aquele povo se uniu contra essa perseguição.
Pesquisei na internet como fazer se alguém fizer uma denúncia falsa contra você ou se você quiser reclamar contra os tais checadores e mais espantada fiquei ainda, pois não achei nada sobre isso. Ou seja, para denunciar e bloquear, basta um clique. Para a pessoa que queira se defender, nada.
Como diz a reportagem: em tempos tão desumanos, “uma pessoa chega ao topo de humanidade apenas permanecendo humana.”
Fica a reflexão: o que é verdade? Quem tem o poder de excluir quem? Quem tem o poder de denunciar quem? O que se ganha com isso? Quem se auto intitula defensor da verdade?
Continuo compreendendo que acima disso tudo temos as forças do amor tão bem descritas por Bert Hellinger. De fato, ele chamava Ordens do amor. Brigitte Champetier sugere trocar a palavra ordem por força. Melhor ainda. Deixemos a palavra “ordem” com os doutores da lei. A palavra “força” ainda não têm dono.
A primeira força do amor é Incluir todos. Os verdadeiros, os mentirosos e delatores.
Só aprendemos que há humanos desumanos quando somos expostos a eles.
E como fazer para viver na filosofia sistêmica neste contexto: imaginar todos estes que atacam, denunciam, julgam a nossa frente. Olharmos para atrás deles. Para a grandeza de alguma dor muito grande. Nos inclinarmos a isso que precisamos ver e que transformou pessoas em seres tão perigosos. Olhamos o medo, a raiva e a tristeza de todos. Entregamos a Algo Maior e nos afastamos dado que é impossível conviver com eles. Nos afastar com respeito é o mais decente a ser feito.
É assim que evoluiremos. Jamais nomeando o outro como mal e querendo expulsa-lo. Porque aí nos tornamos iguais.
E, seja lá pelo motivo que for, o outro também nos vê como mal. Quando nos tornamos iguais ou até piores, esse outro com o qual lutamos se sente justificado e permanece assim. Nós, ao reagirmos da mesma maneira, é que caímos.
É na diferença que se cresce. A diferença soma e multiplica, não diminui.
É na união de interesses em comum em prol de todos que somos humanos.
Quem dera o povo brasileiro um dia aja como esses dinamarqueses do passado.
(Silvana Garcia).”