Filhos super protegidos denunciam o medo dos pais de soltá-los, não a incapacidade dos filhos de caminhar por si mesmos.
Mães que ainda amamentam crianças que já comem e andam para conseguir alimentos falam mais de sua carência afetiva do que da fome da criança.
Pais que colocam a criança pequena para dormir na cama deles diariamente e beijam o pequeno na boca falam mais de suas frustrações sexuais do que do desejo da criança.
Pais que acompanham cada passo das tarefas infantis falam mais de seus fracassos escolares do que da incapacidade da criança.
Pais que levam as crianças em todos lugares quando adolescentes, falam mais de sua insegurança do que da inexperiência do jovem. Pais que colocam cama de casal no quarto de filho adulto falam mais de seu medo de abandono do que da necessidade de privacidade que levaria este filho a sair de casa.
Quanto mais, um pai ou mãe tenta proteger um filho, mais o vulnerabiliza, dado que o incapacita para resolver aquilo que já cabe a ele diante de seu desenvolvimento natural.
(Silvana Garcia)