Fidelidade sistêmica: Só “salva” o passado quem não o respeita como foi e que já foi.
Quando alguém constitui nova família, essa atual é prioridade.
A de origem veio antes, sempre será respeitada como primeira.
Mas a mais importante passa a ser a atual. Cônjuge e filhos que são responsabilidades atuais.
Não significa abandonar pais, nem os ignorar. Mas significa sim ter que escolher o novo que dará continuidade a esta família.
Quem coloca os pais no coração se abre para receber novos amores.
Quem se apega aos pais é porque sente que recebeu pouco, daí se mata querendo “salvar” pais e irmãos em troca de migalhas afetivas porque ainda está vivendo nos seus traumas infantis. Não cresce e não vai para a vida.
Quem ama de verdade, cresce e expande.
Quem casa, respeita os sogros do mesmo modo que seus pais. Não puxa o cônjuge para sua família de origem. Sabe que os mais velhos deram seu melhor e segue honrando tudo que recebeu, passando a vida adiante aos descendentes agregando a eles seus próprios recursos adquiridos.
E pense bem: que avô iria querer ser salvo em detrimento de seu neto?
Como a arte é capaz de retratar o grande dilema da vida: quem é prioridade na nossa vida AGORA?
(Silvana Garcia)
Na pintura intitulada “Cena da enchente” encontraremos uma pessoa tentando salvar seu pai, e ignorando completamente sua esposa e filho, que estão mais próximos dele. A mãe representa a vida e o filho é o futuro, mas o avô representa o passado que é óbvio que o homem se apega e por isso perde a vida e o futuro! Cena de Dilúvio, 1827 | Joseph-Désiré Court (Francês, 1797-1865)