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Pais fracos, filhos empoderados

Se uma criança de um ano tem acesso a um vaso de vidro, os responsáveis deveriam ter tirado ele do lugar.

Se uma de 2 a 4 anos pega o vaso para brincar, os responsáveis deveriam ter falado um não bem efetivo. Não usado a criança contra a decisão do outro, só para ser querido.

Se uma criança de 5 a 7 anos pega coisas dos outros sem consentimento, os pais deveriam levá-la a devolver.

Se uma criança em qualquer idade e principalmente acima de 7 anos ainda se enfia na cama dos pais ou de um deles, caso separados, o pai ou mãe deveria levá-la à sua cama até adormecer com histórias.

Estes são apenas alguns exemplos do que os pais deveriam fazer. Pais que cumprem seus deveres, modelam respeito nos filhos. Com muitas variações, com criatividade, com educação que envolve gentileza e firmeza numa fala compreensível e coerente para a criança.

Pais brincam e conversam, mas não são amiguinhos dos filhos, muito menos namoradinhos. Se assim se comportam, são imaturos e terão cada vez mais problemas na adolescência destes filhos e mais ainda depois.

Os filhos crescerão fisicamente, mas psiquicamente serão infantis como os pais.

Pais carentes = filhos descrentes.

Pais ditadores = filhos opositores.

Pais omissos = filhos submissos.

Ao crescerem, os filhos se opõem ao mundo porque não encontram nele o mundo infantil dos pais. Querem um mundo sem “Não”. Faltou o Não, então tornam-se eles este Não a ponto de virar uma patologia.

Reclamam de tudo que os contrariem a ponto do Não ser o centro de sua existência.

Sentem -se divididos, cindidos, corpo adulto em mente infantil. Pai e mãe separados em seus corações. Homem e mulher como adversários.

Como vêm tudo em oposição, aumentam a divisão e tomam partidos extremos.

Se homens, são contra as mulheres. Se mulheres, são contra os homens. Lutam pelo seu machismo ou feminismo.

Se ricos, contra os pobres. Se pobres, contra os ricos. Lutam pela sua inclusão social.

Colorem ainda mais as cores raciais e as diversas formas de sexualidade, sempre criando mais uma pela qual lutar, sem que tenham definido sequer sua própria identidade. Se há identidade, são contra.

Fomentam a violência em atos “pacifistas”.

Destroem para “revolucionar”.

Negam, em última instância a natureza humana e social, pois foi tudo que lhes foi negado, às custas de inventar um mundo de “SIM À MIM, MORTE AO QUE NÃO SE UNE A MIM.”

E isso descamba em qualquer ismo radical (feminismo x machismo, esquerdismo x direitismo, capitalismo x socialismo, cristianismo x protestantismo, etc.). Todos fanatismos.

Crescem e envelhecem sem maturidade para compreender o pensamento diferente. Vêm a mãe ou pai que tentou dizer o Não em qualquer um com o qual não se alia. Tomou partido na infância. Não teve acesso ao diferente. Não viu duas pessoas diferentes, pai e mãe Unidos num “Não” necessário à sua educação.

O problema não é esta geração. Agora só está mais evidente. Pais imaturos são a história da humanidade, não a regra. Caso fossemos educados, não estaríamos dizendo Não ao mundo e à natureza que, enfim se levantou para nos dar o Não que faltou no passado.

Hoje há um modismo do Sim. Tudo pertence, foi como foi, é como é, devemos aceitar, incluir e respeitar. Representam os “índicos, cristais, sistêmicos, quânticos, iluminados”.

É um perigo também. O passado se foi, mas há que se aprender muito com ele por causa de seus efeitos no hoje. De fato, ainda não foi, está sendo.

Tudo pertence, mesmo pais imaturos ou destrutivos que envelhecem sendo abandonados ou custando caro aos filhos. No entanto, como qualquer pessoa que não se fez amar, tomamos uma distância segura, cumprimos os papéis sociais com ordem, mas amor não se impõe, se conquista. O mesmo com filhos desafiadores. Há casos que assistente social, pedagogo, psicólogo e psiquiatra já não dão conta, aí entram a polícia, advogados e por fim, juízes.

Tudo é como é para pessoas imaturas que só sabem gritar “palavras de ordem” ou “pela ordem” para mostrar o grau de desordem psíquica que sofrem. Só que um espírito maduro sabe que o presente muda o tempo todo, depende do nosso foco, de nossa escuta atenta, de integrar diferentes pontos de vista para surgir um terceiro, quarto, enfim infinitas variações da realidade.

Tudo pelo Não ou tudo pelo Sim é oposição. Integrar para evoluir. Isso começa em pai E mãe, em ordem E amor, em masculino E feminino. Iguais? NÃO. Juntos? SIM.

(Silvana Garcia)

Silvana Garcia

Silvana Garcia

Silvana Garcia é uma das fundadoras e administradora da Essencial terapias. É psicóloga com mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos, especialização em Logoterapia e Análise Transacional, Maestria em novas constelações familiares.

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