Muito mais comum do que se pensa, as crianças sofrem de abusos psicológicos (“Você é igual seu pai, nunca será nada na vida!”), abusos físicos (bater numa criança quando ela chora, sem entender que o choro é a forma dela se comunicar, uma vez que não tem o mesmo desenvolvimento cognitivo que um adulto) até abusos sexuais. Quem de nós, meninos ou meninas, não foi tocado de forma não autorizada (imagine-se no lugar do bebê que recebe beijos melados o dia todo até a criança manipulada demais na limpeza de suas partes íntimas) ou invadido na sua sexualidade.
Toda criança sofreu algum tipo de invasão em sua privacidade. Nem todos chegam a criar múltiplas personalidades, mas dissociam para sobreviver, esquecem o passado em algum lugar do inconsciente e seguem cegos aos abusos que seus filhos sofrem e inconscientemente continuam buscando abusadores na tentativa de despertar deste pesadelo.
Garotos frágeis são abusados por meninos mais velhos. Garotas carentes são abusadas por namorados e muitos foram abusados por pais, padrastos, irmãos e outros de fora da família. As pessoas omissas ao redor de um caso assim são exatamente as que “esqueceram” de seus próprios abusos, logo ficam cegas para o que ocorre ao redor. Ninguém é culpado. O próprio abusador dissociou por causa dos abusos que também sofreu. E, se não foi ele, foram seus ancestrais (a herança transgeracional já está mais que comprovada). Portanto, os pais e avós apesar de darem o melhor que podem, também passam o pior. E se quisermos filhos mais saudáveis num mundo melhor no futuro, precisamos parar de ficar discutindo a cor da rosa (beijo gay, cirurgias de mudança de sexo, etc.) e olhar para os abusos que sofremos e passamos adiante. Ali é a origem de tudo.
Há uma história que diz que dois homens estavam pescando e, de repente viram uma criança se afogando na correnteza do rio, pularam e salvaram. Dali a pouco, duas crianças, novamente eles pularam e salvaram. Dali a pouco três crianças, eles pularam e, com dificuldade salvaram. Dali a pouco quatro crianças, um deles pulou. O outro começou a andar na direção contra o fluxo do rio para ver por quê ou por quem as crianças estavam caindo ou sendo jogadas no rio! Está na hora de olhar mais além…