Toda vez que vejo uma pessoa falando palavras horríveis sobre o chefe ou líderes políticos, imediatamente imagino o seu pai atrás dela e dou um lugar de pertencimento à este homem. Se falar mal dá sogra, irmã, cunhada ou amiga, faço o mesmo com a mãe. Por quê? Porque ali está alguém que foi uma criança maltratada projetando, agora adulto, sua raiva em figuras externas. Nada tem a ver com aqueles que elege como objetos de seu ódio, mas tudo a ver com seus objetos de amor que não foram realizados.
Se uma pessoa diz: “Odeio minha sogra, minha chefe, etc.” Imagino o amor que não foi realizado por sua mãe e a incluo. Se diz: “Odeio meu chefe, o presidente, etc.” imagino o amor que não foi realizado por seu pai. Há algo que ficou mal passado na sua própria história, talvez até esquecido ou escondido sob um manto de idealização dos pais.
Palavras ácidas, cruéis saem da boca de pessoas profundamente magoadas. Uma pessoa indignada fala verdades sem precisar usar palavras ofensivas. Quem agride, agredido foi. Não pôde falar, se defender, nem resolver, agora persegue outros. Quando ouvir alguém falando palavras horríveis sobre quem quer que seja, mantenha distância, você pode ser o próximo alvo.
(Silvana Garcia)