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O Essencial Sobre as Constelações Sistêmicas e Familiares

Bert Hellinger começou como padre e educador na África do sul. A observação de padrões de comportamento que se repetem nas famílias e grupos ao longo de gerações, distinguindo grupos saudáveis ou não foi a matéria prima inicial deste conhecimento.

Fundamentado em diversas formas de psicoterapia familiar, este teólogo, filósofo e psicoterapeuta alemão desenvolveu este método por mais de 40 anos. Em 2016, já publicou 108 livros traduzidos para 38 idiomas e ultrapassou muito as fronteiras da psicoterapia. Obteve vários prêmios por sua contribuição a Medicina alternativa. Em 2004, ganhou o Premio Nobel alternativo para Medicina Integrativa e hoje seu reconhecimento é mundial.

As constelações sistêmicas começaram como um meio de Representação familiar. As pessoas ocupam lugares nas famílias como as estrelas e planetas no sistema solar. Cada um no próprio espaço e função no tempo. As desordens no sistema foram nomeadas emaranhamentos sistêmicos, como nós a serem desatados.

 

No Brasil, o método está sendo regulamentado pelo Direito com total eficácia na resolução de conflitos. O juiz Sami Storch, da Bahia, iniciou este trabalho, alcançando índices próximos a 100% de reconciliação das partes.

A aplicação da técnica consistia, no início, em reunir pessoas que seriam os representantes do sistema de um cliente, casal ou empresa. Ocorria um fenômeno quando os representantes eram colocados: as pessoas sentiam e apresentavam sintomas iguais àqueles aos quais estavam representando, com quase nenhuma informação prévia, revelando problemas até então ocultos. 

Posteriormente, Hellinger nomeou o que move os representantes de Movimento do Espírito. Tal movimento é a energia de cura presente no cliente constelado que se desdobra quando ele se sintoniza com a vida como ela é, ressonando no campo todo, transformando o passado e curando os ancestrais e descendentes.

As constelações continuam se desenvolvendo a níveis inimagináveis. Atualmente, entende-se que por meio da ressonância com o cliente, o grupo de pessoas é tomado a serviço dele e do seu sistema, sem falas, sem intenção, nem emoção, apenas uma abertura a um movimento de cura que revela uma nova possibilidade com uma solução boa para todos. O constelador é o facilitador deste processo. Sua função é centrar-se num vazio criativo.

Na sua silenciosa observação presente, o constelador percebe as frases de solução que tocam profundamente o cliente constelado e repercute em todos. As frases revelam as Ordens do Amor descritas por Hellinger: Pertencimento (sejam nossos ancestrais perpetradores ou vítimas), Hierarquia (cada um tem seu lugar e ordem de chegada) e Compensação (Equilíbrio entre Dar e Receber nas relações entre parceiros). Essas ordens atuam invisíveis e inexoráveis como a lei da gravidade.

A teoria que embasa este fenômeno da ressonância entre o constelador, constelado, representante e pessoas que estão assistindo é a dos Campos Morfogenéticos. Todo organismo gera um campo organizador que afeta os outros. Toda vez que um comportamento é repetido vezes suficiente, o campo (ou molde) é modificado e esta modificação afeta toda espécie, mesmo que não haja contato convencional entre seus membros. Inúmeras pesquisas científicas comprovam a existência deste campo que conecta tudo e todos além de tempo e espaço.

Pela herança ancestral, fidelidade ao grupo ao qual pertence ou por questões de sobrevivência, o ser humano tende a repetir padrões de comportamentos e crenças conscientes ou não que atuam bloqueando o desenvolvimento saudável. Doenças, vícios, maus hábitos perduram em todas as famílias por muitas gerações, destruindo tantos. Podemos acessar as informações deste campo porque somos parte dele. Nele, todos somos um.

A Constelação remonta a origem de tudo e aponta para a solução. A percepção dos bloqueios permite ao indivíduo trabalhado compreender, aceitar e ampliar seus limites e transformar sua vida. Vivenciar o processo da constelação, por si só, é um fator libertador.

É claro que nem todos estão prontos para olhar, sem julgar. Como diz Hellinger: é mais fácil sofrer do que encontrar soluções. Ser vítima dos outros e impotente diante das doenças é uma forma de continuar na lealdade infantil aos arcaicos padrões familiares, como uma criança inocente. Crescer é biológico, mas amadurecer exige coragem.

 

 

O terapeuta e o cliente podem entrar nos papéis e sentir mais profundamente os efeitos. Assim, dá-se vida e expressão a informações retidas no inconsciente do cliente. A abertura e expansão de consciência o leva a um comprometimento com uma nova forma de agir no mundo. Isto é que pode ser chamado de cura. A consciência dos padrões e a força para se transformar. 

O movimento do Espírito é a eterna busca da Vida para perpetuar a si mesma em seus eternos ciclos, em que nada, nem ninguém se perde, mas tudo se transforma numa contínua Evolução.

Silvana Garcia

Silvana Garcia

Silvana Garcia é uma das fundadoras e administradora da Essencial terapias. É psicóloga com mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos, especialização em Logoterapia e Análise Transacional, Maestria em novas constelações familiares.

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