Vitorioso neste planeta não é aquele que atingiu o máximo de sucesso material, desempenho intelectual e privilégios externamente.
Vitorioso é aquele que encontrou o mínimo de paz espiritual internamente, mesmo cercado de tanta dor e ignorância.
Feliz não é aquele que estampa sua cara plastificada nas redes sociais só quando está festejando.
Feliz é aquele que ousa se tornar cada dia mais lúcido e renunciar a mudar o mundo e as pessoas.
Mostra sua cara lavada, o que pensa, o que faz para ser cada dia menos. Menos influenciável. Menos fútil. Menos mal. Menos o tal.
Dizem que Deus é mais. Deus é maior. Ou a ciência explica tudo, a inteligência artificial dominará o mundo. Por que será que precisamos valorizar tanto o Mais?
Vamos fazer uma campanha pelo menos? Pelo essencial.
A natureza já é por demais explosiva, violenta. Abundante. Se parar de cuidar de um jardim, num clima tropical ele vira uma floresta. Num árido, um cemitério. Veremos os extremos.
Se comemos demais, mal vivemos. Se paramos de nos alimentar, morremos.
Como encontrar o equilíbrio entre o mínimo e o máximo? Simples. Apenas o suficiente. Seguindo o fluxo, as estações, o lugar e período que estamos, nosso tempo de vida.
Para a criança, a vida é brincar. É correr.
Para o adulto, conhecer. Se estabelecer. Ir além.
Para o ancião, cada dia é uma dádiva e uma despedida. Ao andar menos, pode se voltar mais para dentro.
Vamos fumar o cachimbo da paz e rir disso tudo, um dia, vamos sim.
(Silvana Garcia)