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Nós versus os outros

Muito do que aprendemos automatizamos de forma inconsciente. É como dirigir carro, não pensamos, apenas fazemos. Os preconceitos são assim. 

Tendemos a não olhar e medir com a mesma régua nós, os que gostamos e os que não simpatizamos. 

Distorcemos as percepções sobre nós e os outros. Amenizamos para uns e ampliamos para outros sem perceber.

Além disso, há muitas fidelidades arcaicas. Nos comprometemos e aliamos a determinadas pessoas, crenças e valores de alguns de nossa família em detrimento de outros. Principalmente em famílias divididas. Aquelas que dizem: “Ou você é do nosso lado ou do deles”, “Ou você gosta mais da mamãe ou do papai”. Isso evolui para escolher se é da turma do fundão ou dos nerds na sala de aula, depois para radicalização política na vida adulta. E assim seguimos dividindo o mundo em grupos.

Quando só podemos ser de um lado em qualquer coisa, basta olhar o passado. O que foi dividido de forma irreparável? Mais tarde, o lado que não escolhemos tornar-se-á um inimigo em diferentes roupagens na vida, para que possamos vê-lo e, finalmente, aceitá-lo.

Há também a submissão a um relacionamento. Pessoas frágeis, sem uma personalidade definida mudam até o time de futebol e a religião conforme mudam de parceiro. Não decidem nada, nem conseguem pertencer a grupo algum.

Construímos uma cegueira ideológica. Do grupo ao qual pertencemos, nos auto rotulamos como os intelectuais, os descolados, os rebeldes, os preparados, os escolhidos, os iluminados, etc. Se ficamos num grupo, temos o sentimento de pertencimento e os protejo porque me sinto igualmente protegido. Tudo que é diferente do que pensamos, criticamos sem raciocinar. Não percebemos que só nós nos vemos assim. Em geral, as pessoas que achamos tolas são aquelas que mostram nossa própria tolice. E acham que os tolos somos nós.

Todo aquele que se preocupa demais com o jeito do outro, é cego para si mesmo.

Quando olhamos com sinceridade e tranquilidade para nossos defeitos, paramos de nos incomodar com quem quer que seja, dado que nos ocupamos de nos melhorar ao invés de nos preocupar com o outro. Há tanto trabalho pessoal que não dá tempo, nem vontade de se incomodar com o diferente. 

(Silvana Garcia) 

Silvana Garcia

Silvana Garcia

Silvana Garcia é uma das fundadoras e administradora da Essencial terapias. É psicóloga com mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos, especialização em Logoterapia e Análise Transacional, Maestria em novas constelações familiares.

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