Há uma fala sistêmica tão comum de aparecer nas constelações que diz: “Eu sigo você na morte”, quando se vê que o representante da pessoa cai no chão ao lado de alguém que morreu.
A pessoa não morre, mas é como se uma parte da alma dela decidisse não mais viver, “honrando” mais a morte do que a vida daquele que se foi.
Ao invés de lembrar com alegria da vida de alguém, vive na tristeza da perda. De fato, perder uma pessoa querida é uma das piores coisas que passamos. Mas só vivendo, respeitamos o destino daquele se foi. Quando nos deixamos de certa forma morrer juntos, abdicando da vida plena, pesamos sobre a memória e a alma do que se foi. Como se fôssemos os obsessores vivos de um morto, chorando a falta dele todo dia.
Para suportar a dor, cada dia precisamos levantar e afirmar: “Vivo em sua homenagem. Me alegro pela alegria do tempo em que estivemos juntos. Você se foi e eu fico um pouco mais. Quem sabe, até um dia, noutra dimensão, nos reencontraremos e terei tantas coisas boas para contar do tempo que fiquei a mais por aqui!”
A tristeza faz parte da vida, das perdas, mas o amor que se teve nunca se perde, pelo contrário, aumenta a cada dia bem vivido.
O luto que nunca acaba, acaba por matar a todos ao redor de si.
(Silvana Garcia)