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Luto eterno

Há uma fala sistêmica tão comum de aparecer nas constelações que diz: “Eu sigo você na morte”, quando se vê que o representante da pessoa cai no chão ao lado de alguém que morreu.

A pessoa não morre, mas é como se uma parte da alma dela decidisse não mais viver, “honrando” mais a morte do que a vida daquele que se foi.

Ao invés de lembrar com alegria da vida de alguém, vive na tristeza da perda. De fato, perder uma pessoa querida é uma das piores coisas que passamos. Mas só vivendo, respeitamos o destino daquele se foi. Quando nos deixamos de certa forma morrer juntos, abdicando da vida plena, pesamos sobre a memória e a alma do que se foi. Como se fôssemos os obsessores vivos de um morto, chorando a falta dele todo dia.

Para suportar a dor, cada dia precisamos levantar e afirmar: “Vivo em sua homenagem. Me alegro pela alegria do tempo em que estivemos juntos. Você se foi e eu fico um pouco mais. Quem sabe, até um dia, noutra dimensão, nos reencontraremos e terei tantas coisas boas para contar do tempo que fiquei a mais por aqui!”

A tristeza faz parte da vida, das perdas, mas o amor que se teve nunca se perde, pelo contrário, aumenta a cada dia bem vivido.

O luto que nunca acaba, acaba por matar a todos ao redor de si.

(Silvana Garcia)

Silvana Garcia

Silvana Garcia

Silvana Garcia é uma das fundadoras e administradora da Essencial terapias. É psicóloga com mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos, especialização em Logoterapia e Análise Transacional, Maestria em novas constelações familiares.

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