Quando desrespeitamos as ordens da ajuda, desequilibrando o dar e receber, geramos danos seja dando ou recebendo demais.
Quando damos demais, geramos danos porque:
- Impedimos que o outro cresça, se vire sozinho, faça mais por si e aprenda.
- Nos colocamos como maiores, melhores, mais capazes, diminuindo a autoestima do outro e aumentando nosso orgulho e soberba.
- Abusamos de nós mesmos, adoecemos por excessos sobre nosso corpo. O corpo adoece, se machuca em acidentes e começa até a se auto destruir com doenças mais graves porque ele está implorando que olhemos para ele com amor. O mesmo amor que gostaríamos de receber, afinal damos tanto e na hora da doença, recebemos, às vezes, só pagando.
Se eu poupo o outro de fazer o que é atribuição dele, mas abuso de mim, me transformo num auto perpetrador.
- Criamos uma oportunidade de nos frustrarmos com a ingratidão dos outros e acabarmos solitários e amargos.
Quando recebemos demais, geramos danos porque:
- Escravizamos pessoas carentes ou subservientes programados com crenças de que só vieram a este mundo para servir o próximo ou que ganharão o reino dos céus. Mesmo se pagarmos, na maioria das vezes, é muito pouco. Basta ver se faríamos o mesmo por aquele valor. Pense numa faxineira, por exemplo. Você limparia a casa de outro por 100,00 a hora? Tem gente que quer pagar isso por um dia e alega que ela não estudou, que ela precisa, coisas absurdas assim. Uma faxina diária não deveria custar menos de 400,00 por umas 6 horas. A hora de qualquer trabalhador deveria estar acima de 50,00, no mínimo, neste país para umas 6 horas diárias de trabalho, no máximo, 5 dias por semana. Isso para ter qualidade de vida digna, com seguros, planos médicos, aprimoramentos em cursos, tempo de lazer e todas necessidades básicas.
Pagar pouco é abusar sim. Se não pode pagar o justo ou o valor que você cobraria para fazer, diminua suas necessidades para que possa fazer sozinho.
- Viramos perpetradores da desgraça alheia, gerando rancor no coração do que é mal pago.
- Nos acomodamos em situações que nos transformam em incapazes para muitas coisas.
- Criamos situações de humilhação ao outro ou para nós mesmos, caso algum dia precisemos estar naquele lugar ou oficio. Aí seremos nós que nos sentiremos humilhados.
Posso ajudar quando:
- O outro pede numa ocasião especifica o que ele não pode fazer e sou a pessoa mais apta ou disponível.
- O outro paga o justo pelo meu trabalho ou combinamos uma troca que dignifica a ambos.
- É apenas uma gentileza ocasional.
Posso ser ajudado quando:
- Estou incapacitado ou impossibilitado para fazer o que preciso.
- Posso pagar ou estabelecer um valor de troca que satisfaça ao outro que me preste o serviço.
- Posso retribuir de algum modo o recebido, se não àquele que me fez uma gentileza, a outro que me necessite um dia.
(Silvana Garcia)