Mesmo que um inimigo se faça de amigo, te encha de ouro para te corromper e te tornar tão primitivo como ele, continua seu inimigo.
Aquele que cede não foi somente tentado. Foi escolhido porque é bem fácil reconhecer a fraqueza do outro. Vaidade, orgulho, carência são óbvios. Cede porque buscava aquele que o encontrou, ainda que inconscientemente. Ainda era refém de suas próprias vulnerabilidades.
Mas o homem sábio já sabe o que pode lhe tentar, também sabe fugir de pessoas cheias de pompa e mimos. Ou sequer as encontra.
Algumas vezes, as pessoas salvadoras são tentadas pela sua bondade de querer ajudar os outros.
Acham que os fins justificam os meios. Que, por exemplo, salvar um cônjuge, um pai de uma doença ou apenas ter mais dinheiro para dar boa educação a um filho justifica fazer um favor ilícito para receber aquilo que ele pensa que é uma ajuda.
Na verdade, nenhuma benção resulta de algo maldito. Toda corrupção é um grande mal. Se para beneficiar um, outros dão destruídos em vão, isso não é bom.
A natureza é cíclica. Muitas espécies se transformam. Muitos se dão ou se vão em sacrifício. Mas nunca se achando bons por isso.
Teve o tempo dos dinossauros sobre a terra.
Um dia o tempo dos interesses e das tentações também será passado.
O sistema nervoso continua se aprimorando.
Muitas civilizações se foram. De fato, todas estão só de passagem.
(Silvana Garcia)