Acima de tudo, aos pais, cabe dar segurança e limites aos filhos. Aos filhos, cabe dar gratidão e respeito aos pais. A nenhum cabe fazer escolhas pelo outro, com exceção dos filhos menores ou especiais e alguns pais que, ao final da existência, precisam de cuidados especiais. Neste caso, se os filhos fazem escolhas que transformem estes pais em crianças, perderam o essencial que era respeito.
Amar os filhos é cuidar quando são menores e pôr para fora do ninho quando são maiores para serem adultos. Amar os pais é nunca esquecer que eles são os grandes, que vieram antes e deram o que podiam e nós, os pequenos que só recebemos, no mínimo, a vida, que já é o máximo.
As exceções de seres humanos tóxicos e problemáticos, devem ser tratadas como tal, exceções. Para estes, recorre-se as leis, porque não são casos de família, mas de justiça. Nunca podemos julgar porque pais abandonam filhos, nem vice-versa, pois há muita dor e violência nestes casos. Nenhuma família é igual a outra. Não podemos dizer que pais são maus porque deram os filhos a adoção, às vezes, foi para assegurar que este filho tivesse uma chance. Pode ter sido uma forma de dar segurança a ele que estes pais não podiam dar. Não podemos dizer que filhos são ingratos porque colocam seus pais em casas de repouso, às vezes, foi para dar a eles respeito por meio do tratamento mais apropriado que eles precisavam e estes filhos não podiam dar. Todo aquele que julga com base em suas opiniões e crenças, é exatamente isso: um julgador. Está falando mais de sua sombra do que da realidade do outro.
(Silvana Garcia)