“Os lavradores de trigais sabem que de início é muitíssimo difícil distinguir-se o trigo do joio.
A semelhança entre ambas as gramíneas é muito grande, quando ainda estão em crescimento; ademais, no subsolo, elas entrelaçam as raízes tão fortemente, que o joio extirpado, prematuramente, também causará o arrancamento das raízes do próprio trigo ainda tenro.
É, então, de bom senso esperar-se que ambos atinjam o amadurecimento final, a fim de se fazer a separação correta e sensata, na hora exata da colheita, quando são identificados pela frutificação.
Baseando-se em imagem tão sugestiva, Jesus desaconselha a destruição imperativa e violenta do mal, porque isso também pode resultar em prejuízo do bem. Em verdade, o mal não desaparece diante do bem, mas desenvolve-se com ele. O mal só deve ser extirpado na hora da colheita inclusive do bem, como acontece com o trigo e o joio, quando, então, é possível e fácil de se distinguir o tipo e a qualidade de ambos.
É de velho aforismo que “conhecereis as árvores pelos seus próprios frutos”. Ramatis
Sistemicamente, complemento: o joio são as pessoas difíceis na nossa vida. Graças a elas crescemos mais e mais. Viramos especialistas em salto com obstáculos.
E se tentamos excluí-las, necessariamente pela matemática da natureza, ocuparemos o lugar delas.
Portanto: agradeça parentes problemáticos, amigos traidores, chefes negligentes, presidentes ruins, etc. Se eles te prejudicam, fique esperto, cresça. Mantenha distância possível, agradeça, respeite a natureza e destino deles porque é o deles. O seu pode ser outro, por “causa” deles e apesar deles.
(Silvana Garcia)