Continue caminhando.
A estrada certa aparece para quem já está a caminho.
A busca, muitas vezes, parece vã ou inglória. Demora, cansa, mas desistir nunca foi uma opção.
Alguns dizem: nossa única certeza é a morte. Será? Apenas porque nunca soubemos de alguém milenar podemos presumir que todos morremos?
Em quantas dimensões vivemos? Será que a morte biológica implica em morte consciencial?
Quantas pessoas incríveis vivem eternamente em suas obras?
E se ao invés de afirmar coisas tolas como: “Por que a pressa?” ou “Por que trabalhar tanto se todos vamos morrer?” começássemos a dizer uma escolha de verdade: “Agora eu estou vivo e escolho desfrutar a vida que me cabe”?
Como nos sentimos com a frase: “Escolho viver” e, ao contrário, com: “Todos vamos morrer”?
Estar a caminho, desfrutar, ainda que muitas vezes não sabemos se é o melhor caminho ou onde vai dar, é a única forma de saber.
Movimento é vida em ação. Pensar, planejar é bom, mas não pode ser desculpa para não começar a agir.
Quando repetimos isso várias vezes:
Não posso.
Não consigo.
Não sei como.
E se eu não der conta…
É verdade ou torna-se verdade, pois acredito nisso. Me convenço disso.
De fato, alguma vez, para alguém em algum lugar, isso pode ter sido real, mas para mim, a única verdade a ser dita é: “Não sei o melhor caminho, nem por quanto tempo darei conta de trilhá-lo, mas escolho fazê-lo. E o faço com prazer.”
Ao se dedicar a algo, por menor que seja, sua mente muda. Ao se pôr a caminho, o caminho se revela.
E a cada passo avaliamos o quão aquele caminho é bom. Mesmo sem saber onde dará.
A vida não tem script para quem se arrisca a vivê-la.
Todos começamos trilhando os passos de quem já veio antes, pais, mestres, pessoas mais velhas, mas um dia, a vida destas pessoas já teve ou terá seu fim. As pegadas delas acabam e as nossas podem continuar. Sequer precisamos segui-las até o fim por estes caminhos conhecidos porque já sabemos o final. Podemos arriscar seguir nossos próprios passos. Como se só nossa alma, essa parte nossa que vive em outra dimensão, soubesse o caminho. E confiar que já sabemos o mínimo necessário para errar menos a cada passo. Seguimos. Sem saber quase nada, mas confiando em tudo que aprendemos a cada passo.
(Silvana Garcia)