Na semente está toda a jornada, dos que vieram antes e dos que virão depois.
O ser humano é como se fosse o caule.
Abaixo, as raízes e acima (o futuro). Ambos são mistérios.
Nada que criemos já não foi pensado e realizado antes de algum modo. Apenas captamos o que está dentro de nós quando temos a oportunidade de encontrar um estímulo fora de nós que dá um gatilho.
Qualquer situação externa é apenas esse gatilho: o meio de despertar.
O que acontece depois é o incrível.
Aquela imagem, cheiro, toque, sensação, percepção, emoção, situação aciona uma ressonância em múltiplos níveis. E então, como se neurônios se conectassem, acendendendo o cérebro, vem o insight, o a-ha, a eureka de Arquimedes!
Quando lembramos algo pode ser algo que nossos ancestrais já viveram ou que nós mesmos vivemos e aquilo estava esquecido.
Por ressonância também, mudamos todos ao nosso redor que estejam conectados conosco e… mais incrível ainda, mudamos o futuro de descendentes sejam nossos ou de outros conectados a nós.
Se isso não bastasse, algo ainda maior acontece: mudamos o passado!
Ah, isso é impossível, dirão alguns.
Apenas pense, se o passado moldou quem sou, eu sou meu passado vivo. Mas agora, num outro tempo com mais possibilidades, consigo mudar algo que não tinha fluido bem para tantos lá atrás, seja o sofrimento por guerras, misérias, injustiças, fruto de muita ignorância e pouco diálogo.
Se agora me conecto com os outros com ordem e respeito, esse é o meu presente, o futuro daquele passado. Onde fica a frase: o passado explica meu presente? Aquele passado não me explica mais. Aquele passado me levou a este presente no qual me transformo. Portanto, acabo de ressignificar aquele passado para mim.
O antigo passado de sofrimento pode finalmente descansar. Não é lá que precisamos trabalhar. Os mortos enterram os mortos. É no presente que podemos mudar algo. Os mortos “descansam” em paz quando MUDAMOS NO PRESENTE. Este é o grande presente da árvore da vida: a ressonância.
Mudando nosso presente, afetamos a miríade de constelações passadas e futuras que vivem em nós.
Qualquer terapeuta ou método que buscamos a partir de um problema que sozinhos não conseguimos resolver é apenas uma tentativa de dar este estímulo para o a-ha que acontecerá na própria pessoa.
E buscamos as situações e pessoas certas tanto para isso dar certo quanto para ainda dar errado.
Quando dá errado, é apenas um sinal de que ainda não estamos prontos, mas no caminho. Então, como o passado, nada é errado, de fato. Apenas tentativas e erros para finalmente…a-ha!
Qualquer discussão sobre quem criou o quê é ridícula. Não há autor único de nada nesta vida. Podemos dar um nome novo, mas aquilo já existia em semente e ao crescermos, aquilo se mostra e estimula outros. Ao morrermos, estimula ainda mais porque viramos luz, voltamos às constelações.
É como uma árvore que desaba de velha. Em vida, ela foi um ecossistema dando recursos a tantos. Na morte, o fóssil espalha aquele DNA de informações por todo lado como um adubo às plantas próximas ou o vento e os animais se encarregam de levar aos distantes.
Não somos donos de nada. Por um breve instante neste universo temos um nome, criamos ideias, materializamos filhos e projetos. Damos nomes a eles. Mas nada é nosso. Tudo segue.
Qual a nossa missão para com todos do passado e do futuro? Nos transformar em ressonantes de paz, equilíbrio, ordem e amor a tudo como é e a todos como são.
Sermos observadores quânticos, não julgadores de nada, nem ninguém. Outros estão nas suas tentativas e erros ainda. E eles são espelhos para nós de passados que já transformamos. Por isso, entendemos e nos desviamos. Não ressonamos com eles.
Quando vemos pessoas ou situações difíceis, mais ainda trabalharemos com afinco sobre nós mesmos para que possamos crescer e expandir cada vez mais e não faltem estímulos que, em nossa vida ou morte, um dia, chegarão aos que ainda não fluem como surfistas universais que todos somos.
(Silvana Garcia)