Que há diferença biológica entre homens e mulheres, hormonais e cerebrais não há dúvidas. Mas, da mesma forma que as mulheres podem criar músculos e dirigir desde um caminhão a um caça aviões, os homens podem se desenvolver muito no autoconhecimento e expressão empática e emocional.
Apesar da influência de culturas nas quais as mulheres eram totalmente dependentes, existem outras que mostram que as mulheres têm um papel muito mais respeitável. De fato, ainda precisamos parar de pensar em lados dominante e dominado, mas sim cooperativos.
Pode demorar o tempo que for para tal acontecer, não vale a pena ir morar com parceiros afetivos que são limitados pelo pouco esforço em fazer o que o outro faz apenas por sua natureza biopsicológica ou cultural. Pode-se até ter filhos e gerenciar a educação da criança sem traumas, mas não expor os que chegam desde cedo a um modelo de relacionamento que felizmente está em franco declínio.
É fácil acreditar que um casamento fracassa porque a mulher, por exemplo, assume o papel de “salvadora”. Depois de estudar e ouvir tantos casais em terapia por 2 décadas, conclui que, apesar da responsabilidade que cada um têm, é impossível um ter maturidade emocional por dois. Esse é o grande estresse das relações. Da mesma forma, antigamente, era muita sobrecarga para os homens ter total responsabilidade econômica sobre a família. Quando um tem que fazer a parte do outro, a balança quebra.
Algumas mulheres finalmente estão saindo de relações desequilibradas nas quais só dão. Alguns homens ainda têm um longo caminho pela frente, talvez 100 anos de solidão.
Em outras culturas com severas imposições religiosas há menos esperança para ambos crescerem, pois os papéis de cada um estão muito estáticos.
Quando os dois são livres, independentes afetiva e financeiramente, maduros no sentido de um bom caminho de autoconhecimento e minimamente evoluídos espiritualmente, o amor num casal pode dar certo. Aceitar menos por falta de oferta é perda de tempo e energia.
(Silvana Garcia)